segunda-feira, 12 de julho de 2010

Professores da Educação Profissional farão curso sobre EP, Ciência, Tecnologia e Relações Raciais

Os professores da rede de Educação Profissional da Bahia irão participar de um curso de formação sobre “Educação Profissional, Ciência, Tecnologia e Relações Raciais”. Um convênio foi assinado pela Secretaria da Educação, por meio da Superintendência da Educação Profissional com o Instituto Cultural Steve Biko, como parte do Plano de Educação Profissional da Bahia que prevê ações que impeçam a discriminação de raça/etnia e de gênero, e que permitam a inclusão de pessoas com deficiência.

O curso terá duração de seis meses e 120 horas, sendo 80 horas presenciais, incluindo videoconferência e 40 horas destinadas ao Trabalho de Conclusão e será dirigido, neste primeiro momento, aos professores de Salvador e Região Metropolitana. As atividades presenciais serão realizadas por módulos, onde serão trabalhados temas como: Conhecendo os números das desigualdades raciais. Este módulo abordará desigualdades raciais e seus desdobramentos, dando ênfase à exclusão étnico-racial na ocupação das carreiras científicas e tecnológicas. Fará parte também do conteúdo também um breve histórico do processo de construção das ações afirmativas no Brasil.

Os outros módulos abordarão: “Aspectos filosóficos e políticos da ciência e do ensino de ciência e tecnologia”; “Ciência ocidental e imagem social da população negra e indígena no Brasil”; “Desdobramentos do eurocentrismo na educação científica e tecnológica e possibilidades de novas abordagens”; “Novos roteiros para a história da Ciência e Tecnologia” e “Ciência e Gênero”.

PRÁTICA - Um módulo será dedicado à produção de material didático. A ideia é estimular os/as professores/as a produzir materiais didáticos e planos de aulas que incorporam as demandas das leis 10.639/03 e 11.645/08, que dispõem sobre a obrigatoriedade da abordagem da história e cultura afrobrasileira e indígena nos currículos escolares, a partir da exposição de práticas bem sucedidas dessa natureza.

O superintendente da Educação Profissional do Estado, Almerico Lima, disse que historicamente os negros e indígenas foram excluídos em vários aspectos, incluindo, o acesso à educação, sobretudo, nos campos científicos e tecnológicos. Para ele, este curso de formação é mais uma iniciativa do Estado da Bahia, por meio de uma proposta inovadora de Educação Profissional; não tecnicista, que respeita a diversidade e eleva a estima de grupos socialmente excluídos.

“Tenho certeza que este curso irá sensibilizar ainda mais nossos/as educadores para o reconhecimento e busca da superação das desigualdades raciais no campo da Educação Profissional. A perspectiva é que eles/elas obtenham maior instrumental teórico contribuindo, ainda mais, para a inclusão das populações afrodescendentes e indígenas nos espaços de ciência e tecnologia, pilares da política pública da Educação Profissional da Bahia”, afirmou.

Segundo o superintendente, o convênio com o Instituto Stive Biko foi firmado em função do papel que o instituto vem desenvolvendo junto à sociedade para estimular o gosto pela ciência e tecnologia entre estudantes negros oriundos da escola pública. O reconhecimento do trabalho pode ser verificado através de projetos premiados como o “OGUNTEC: Uma experiência de ação afirmativa no fomento à educação científica”, que ganhou, em 2007, o Prêmio Jovem Cientista, um dos mais importantes da América Latina.

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