O jornal “A Voz de Gaia”, feito por estudantes no Centro Estadual de Educação Profissional em Logística e Transportes Luiz Pinto de Carvalho, para chamar a atenção dos soteropolitanos sobre o Rio Camarajipe, no bairro Boa Vista do São Caetano, rendeu ao CEEP o prêmio de campeão da 5ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente. A olimpíada foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das maiores instituições científicas do Brasil, com renome internacional, em parceria com a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco). O prêmio recebido pelo CEEP foi na categoria “Elaboração de Textos”.
O CEEP também foi finalista por outra ação pedagógica denominada: “Lixo para que te quero? Popularização das Ciências e Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) na escola”, pela categoria “Projeto de Ciências”. O professor articulador da Educação Profissional do CEEP, Alex Vieira, que é mestre e doutorando em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela UFBA/UEFS, viajou para a cerimônia de premiação no Rio de Janeiro, acompanhado pelas estudantes Aline Carneiro, 18 anos, e Bruna Helem, 18 anos, do 3º ano do ensino médio, que atuaram como produtoras, repórteres e fotógrafas do jornal experimental.
Neste ano, foram inscritos quase 800 textos, vídeos e projetos de escolas públicas e privadas de todo o país. Somente 34 trabalhos com maior destaque nas etapas regionais foram avaliados na etapa nacional. O professor Alex disse que as ações pedagógicas selecionadas fazem parte de um trabalho de popularização das ciências desenvolvido no CEEP possibilitando que os estudantes interajam e façam intervenções no meio social em que vivem e, sobretudo, possam conhecer mais e mais o mundo das ciências e da pesquisa. “Essa premiação é um reconhecimento do fazer ciência que vem sendo desenvolvido na escola pelos estudantes”, afirmou.
A estudante Bruna Helem está felicíssima com a premiação. “Foi uma alegria imensa porque a concorrência era muito grande. Fiquei lisonjeada. A gente escolheu esse tema porque falar sobre o rio, é falar da nossa realidade, do nosso bairro”. Para ela, a premiação valoriza a escola pública e a ação pedagógica contribui para que se tenha um maior respeito com o meio ambiente. “Esse prêmio é importante para que as pessoas vejam que a escola pública tem seu mérito, tem qualidade. Além disso, a gente começou a olhar diferente o rio, como surgiu, o que era antes de virar um esgoto. Agora temos uma consciência maior sobre a importância do uso racional da água e passamos isso para a comunidade ao entregamos o jornal lá no bairro”, avalia.
A estudante Carlilane Moreira, 18 anos, esta foi uma das melhores experiências de sua vida. "Depois de muito esforço, coleta de informações, pesquisa e elaboração de matérias para o jornal, o tão esperado resultado foi alcançado. Mas, o mais importante foi o conhecimento adquirido no desenvolvimento do projeto e a nova forma de pensar que agora tenho sobre os problemas ambientais que cercam a sociedade atual e os males que esses problemas podem trazer à saúde de seus habitantes", avalia.
O superintendente da Educação Profissional do Estado (Suprof), Almerico Lima, disse que esta premiação reflete “o compromisso dos nossos educadores em formar cidadãos, sujeitos de direitos, capazes de intervir na sociedade e fazer a diferença, por meio de ações pedagógicas como estas previstas no Plano de Educação Profissional da Bahia”. Ele destacou que a iniciação científica e a intervenção social por meio das tecnologias sociais são parte dos princípios pedagógicos adotados pela Superintendência da Educação Profissional.
O RIO CAMARAJIPE - O jornal “A voz de Gaia” é um dos frutos destas experiências. Na edição de maio de 2010, vencedora da premiação, os estudantes relataram a situação do Rio Camarajipe, no bairro Boa Vista do São Caetano. Mostraram como o rio, de 14 km, está sendo impactado ao longo dos anos principalmente por questões decorrentes da expansão urbana. São impactos gerados, por exemplo, pelo acúmulo de lixo, despejo de efluentes, derrubada de matas ciliares e ocupação das margens por construções irregulares. Há relatos que na década de 70, o rio teve seu curso alterado. Na edição do jornal, são apresentadas também consequências para a população em função da poluição do Camarajipe: enchentes, proliferação de ratos e mosquitos e de doenças. Apresentam ainda, relatos de moradores antigos sobre o tempo em que o rio era vivo, quando se podia tomar banho e até pescar.
A experiência do jornal foi tão bem sucedida que o impresso passará a ter edições semestrais, sempre com a temática envolvendo “Popularização da Ciência”. As próximas edições contam com o envolvimento direto dos/as estudantes dos cursos técnicos em Refrigeração e Climatização, Eletrotécnica e Logística.
A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente tem caráter educativo e objetiva estimular os/as estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e de Ensino Médio, de escolas públicas e privadas, reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), a construírem conhecimentos e refletirem de forma crítica e criativa sobre questões e problemas relacionados à saúde e ao meio ambiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário