O Centro Estadual de Educação Profissional do Semiárido (CEEP Semiárido), em São Domingos, será a primeira unidade da Rede Estadual de Educação Profissional da Bahia a oferecer um curso técnico voltado, exclusivamente, para lideranças da Agricultura Familiar. O curso será lançado no seminário de sensibilização a ser realizado no CEEP Semiárido no próximo dia 18 de outubro e utilizará, pela primeira vez na rede pública estadual, as metodologias preconizadas pela Pedagogia da Alternância.
Deverão ser contempladas com o curso, 35 agricultores/as familiares de diferentes Territórios de Identidade da Bahia. O projeto piloto será desenvolvido pela Secretaria da Educação, por meio da Superintendência da Educação Profissional, em parceria com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Estado da Bahia (Fetraf-BA).
Os/as agricultores/as irão fazer o curso Técnico em Agropecuária pelo Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade Educação de Jovens e Adultos (Proeja). O curso visa, dentre outras coisas, promover a elevação da escolaridade, contribuir para o desenvolvimento sustentável, econômico, comunitário e solidário no campo e proporcionar habilitação profissional de nível técnico e certificação de conclusão do ensino médio para os/as agricultores/as familiares.
Outras perspectivas são incentivar a geração de renda no campo, fomentar a discussão, troca de experiências e práticas agroecológicas durante o curso, trabalhar as dimensões pedagógicas da cultura e da identidade dos povos do campo e contribuir com a organização dos/as agricultores/as familiares, por meio do desenvolvimento de ações nas comunidades envolvidas.
Pedagogia da Alternância
O superintendente de Educação profissional do Estado, Almerico Lima, disse que essa parceria com a Fetraf-BA para o oferecimento deste curso, “é mais um atendimento das demandas dos movimentos sociais e também é uma oportunidade de trocas pedagógicas que irão beneficiar a rede estadual. Neste sentido, a Pedagogia da Alternância, que prevê ações formativas nos “tempos presenciais” (sala de aula) e “tempo comunidade” (intervenção no local de origem do educando), pode contribuir para o atendimento de outras demandas de populações de baixa escolaridade como trabalhadores/as domésticos/as, ambulantes, povos indígenas e quilombolas. Também prenuncia a implantação do Centro de Educação Profissional do Campo Milton Santos, em Arataca, já em 2011”.
Para Joeleno Monteiro, coordenador geral da Fetraf-BA, essa parceria representa a continuidade, o desafio de inserir também a educação no contexto do desenvolvimento da agricultura familiar e do campo. “Significa preparar nossos jovens, através da Pedagogia da Alternância, para garantir a continuidade da vida no campo, além de dar conhecimento técnico necessário para o desenvolvimento produtivo visando à estruturação da agricultura familiar”.
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