segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Estudantes apresentam em Pernambuco tecnologia social para captar água da chuva

Os estudantes do curso técnico em Meio Ambiente, do Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte (CETEP), apresentarão de 24 a 26 próximos, no Chevrolet Hall, em Pernambuco, o projeto de pesquisa para a captação e aproveitamento da água da chuva do telhado do Centro. O projeto de pesquisa foi um dos selecionados da 18ª Ciência Jovem, feira de ciências nacional promovida pelo Espaço Ciência, em Olinda. 


O projeto visa otimizar o uso da água no CETEP com aproveitamento para irrigação da horta escolar. Mais que isso: Esta tecnologia social, de baixo custo e que beneficia a comunidade, visa despertar a conscientização sobre temas como a escassez hídrica - que atinge mais de 1,2 bilhões de pessoas no mundo segundo as Organizações das Nações Unidades. Também objetiva promover uma mudança de comportamento quanto à necessidade de racionalizar o uso da água no cotidiano dentro e fora da escola.

O projeto de pesquisa, de autoria dos estudantes do 3º ano, Isaias dos Santos Souza, Maciel Oliveira e Neydson Santana Souza, é orientado pela professora de Educação Profissional do CETEP, Solange Silva e co-orientado pela professora da Uneb, Alessandra Flores. Passou por etapas como estudo de textos, definição do local a ser utilizado para implantação do trabalho e do processo de captação e armazenamento de água. Também foram feitas maquetes para apresentação e aprimoramento da ideia em sala de aula e a medição e esquematização gráfica da área.

Pelo projeto, a captação da água deverá ser feita aproveitando 120m² do telhado. Serão usados um condutor horizontal de 20 metros e três condutores verticais e reservatórios subterrâneos. A perspectiva é captar 630 m³ de água, quantidade suficiente para irrigar a horta por um período de seis meses. “Isso irá gerar uma economia enorme para o CETEP. Só para se ter uma ideia, atualmente o consumo de todo o centro equivale à aproximadamente 330 m³ por mês. A gente espera todo o apoio possível para que este projeto se torne realidade”, afirmou a professora Solange.

Para Neydson Santana Sousa, 19, o projeto marcou o início da trajetória dele no mundo da pesquisa. “Este é meu primeiro trabalho de pesquisa, eu achava que não seria uma coisa muito boa, depois que ingressei no projeto, vi que é diferente, a gente adquire conhecimentos novas. Estou gostando muito e pretendo continuar”. Para ele, este é mais um passo significativo para sua formação profissional e pessoal. “Desde que entrei no curso técnico em Meio Ambiente que venho mudado minha percepção de economizar água e agora, com esse projeto, vem ideias novas e quero implantar a tecnologia lá em casa e poder reduzir o consumo. Inclusive, já discuti isso com minha mãe. Além da economia da água, tem a conscientização de aproveitar e poupar água, de cuidar do meio ambiente como um todo”, comenta.

Para a orientadora, esse tipo de atividade contribui muito para o amadurecimento dos estudantes por várias razões. “Eles são atores, passam a ter a consciência de que fizeram isso, a ter outro olhar para o desperdício da água. Já pensam em aproveitar a água da chuva em suas casas a exemplo do que o Neydson falou. Isso também desperta nos colegas o senso da pesquisa científica, o desejo de fazer outros projetos”, comemora.

A diretora do CETEP, Ana Costa, ressalta que é possível verificar nos estudantes uma mudança de comportamento com relação ao meio ambiente e um aperfeiçoamento profissional. “Os estudantes estão entusiasmados, mudam toda uma postura enquanto agentes de transformação. O mais importante é que atividades simples podem trazer muitos benefícios para eles enquanto futuros técnicos e para a sociedade”, acredita.

Esta ação permite que o estudante desenvolva habilidades e atitudes necessárias para agregar conhecimentos e práticas, exercitar a autonomia e emancipação, socializar e refletir sobre a relação dialética estabelecida entre teoria e prática, entendendo a concepção da Educação Profissional que prevê o trabalho como princípio educativo e a intervenção social como princípio educativo. Demonstra ainda, como a questão ambiental está presente na matriz curricular da Educação Profissional contribuindo para a formação de cidadãos plenos e conscientes do seu papel na sociedade.

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