O Centro Estadual de Educação Profissional do Campo Paulo Freire (CEEP), em Santa Luz, promove até amanhã (dia 06/12), das 13h às 22h, a II Feira de Ciências e Tecnologias Sociais, que reúne projetos de baixo custo com objetivo de beneficiar os pequenos agricultores do Território do Sisal.
Os estudantes do curso técnico em Agropecuária construíram um larvário, utilizado para o cultivo de larvas, que são ricas em proteínas e possibilitam acelerar o crescimento das aves, diminuindo o custo de produção para o pequeno agricultor. Os larvários podem ser de vários tipos e, nesse experimento, foi utilizado um recipiente de plástico. “Retiramos da bacia de plástico o fundo e colocamos uma tela com um milímetro de diâmetro. Neste recipiente, misturamos esterco bovino, ração para aves, ovos e água, com objetivo de atrair moscas, que ao colocarem seus ovos fazem a ovoposição, possibilitando o crescimento das larvas. O experimento foi pendurado no aviário, para que as larvas ao caírem no chão pudessem servir de alimentos para os animais”, explicou Silvia Rocha, professora e articuladora do curso técnico em Agropecuária.
Outra pesquisa do curso técnico em Agropecuária “Produção e o beneficiamento de ração para pequenos rebanhos dos produtores da agricultura familiar” contou com a participação do estudante José Neures Vagner, 22, e de outros colegas, orientados pelo professor Robenilson Gomes da Silva Sena, da disciplina Agricultura Rural. Eles fizeram um levantamento das plantas nativas da caatinga e quais eram usadas nos períodos de seca a exemplo do pau-de–rato, juazeiro, mandacaru, palma forrageira e gliricídia. “Fizemos a desidratação natural da palma e do mandacaru, deixando-as expostas ao sol durante cinco dias até que perdessem sua umidade, da mesma forma, fizemos com a folhagem do pau de rato, do juazeiro e da gliricídia, mas colocando-as em uma lona, exposta ao sol por 24 horas, até atingissem o ponto de fenação. Após este processo, levamos estes materiais para serem moídos. O resultado é a obtenção de uma ração, que possui 18% de proteína, sendo indicada para alimentar animais nos períodos de grande estiagem”, explicou o professor.
O estudante José Neures Vagner, 22, do curso técnico em Agropecuária, conta que aplicou o conhecimento construído, por meio do projeto, na propriedade dos seus pais. “Ensinei este experimento para meu pai, pois costumávamos dar ao rebanho a palma fresca e eles tinham diarréia. Graças a esta ração, eles estão mais saudáveis, com o peso ideal. Meu pai ficou fascinado e o custo é zero, pois tiramos tudo da própria caatinga”, concluiu.
Outros projetos - Do curso técnico em Nutrição e Dietética, o público poderá saborear iguarias do sertão preparadas à base de cacto, a exemplo de pizzas, escondidinho e cocadas. “A palma, que é um tipo de cacto, é rica em cálcio, fibras, ferro e vitamina A, complementos que auxiliam no combate da anemia e estimulam a produção de insulina,” explicou a estudante Dulce Helen da Silva dos Santos, 20.
A turma do curso técnico em Cooperativismo irá explicar procedimentos necessários para abrir uma cooperativa e também relatar a importância das cooperativas no Território do Sisal. Já os futuros técnicos em Administração, irão apresentar o projeto “Administração Service e qualidade de vida”, que reúne uma série de ações voltadas para o cuidado com a saúde de profissionais, seja em instituições públicas ou privadas. A outra pesquisa “Banquete filosófico” busca provocar uma reflexão sobre materialização do trabalho numa perspectiva Marxista, ao unir a arte, a filosofia e gastronomia.
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