sexta-feira, 20 de julho de 2012

Pronatec Campo leva qualificação profissional gratuita à juventude da agricultura familiar

Começou ontem (dia 19), e segue até esta sexta-feira (dia 20), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB), a oficina Construção da Metodologia de Pactuação da Bolsa-Formação Pronatec Campo. A intenção é definir os programas e cursos que propiciarão o desenvolvimento da educação profissional e tecnológica no campo. O encontro – que prossegue até amanhã, com representantes de movimentos sociais, reitores de institutos federais e da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) – é promovido pelo Ministério da Educação (MEC), com participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

O governo federal, por meio do MEC e do MDA, finaliza os detalhes para oferecer, gratuitamente, cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) ou qualificação profissional, por meio da Bolsa-Formação Trabalhador. E, também, educação profissional técnica de nível médio, por meio da Bolsa-Formação Estudante. Estão previstas 30 mil vagas para agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária.


“A orientação do ministro Pepe Vargas é que o MDA, na condição de um ministério que cuida do desenvolvimento rural, possa estar presente nas diversas áreas de interesse desse processo. E a educação no campo é um tema fundamental. Por isso esta oficina está sendo realizada para nivelar e fazer os ajustes entre os órgãos governamentais e para dialogarmos com os movimentos sociais”, destaca o secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA), Jerônimo Rodrigues.

O secretário ressaltou, ainda, a importância da educação no campo para a juventude rural. “Nós, do MDA, sabemos bem como são grandes as expectativas desses jovens. E o tema do Pronacampo traz, para a gente, pelo menos três significados. Primeiro, a cidadania. Você dá às pessoas que moram no mundo rural a condição do conhecimento e a condição de valorização das suas práticas, dos seus entendimentos e dos seus conceitos. Em segundo lugar, vem a inclusão produtiva, porque se trata de uma formação que extrapola o mundo profissional, mas dá aos jovens a certeza de que eles não são apenas vaqueiros ou criadores de aves”, disse Jerônimo Rodrigues. “E eles podem se sentir capazes de qualificar sua produção. E, por fim, a renda, que certamente vai crescer a partir de um conhecimento maior”, explicou.

O titular da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Marcos Antônio de Oliveira, também assinalou a relevância do encontro, frisando que ele marca o ingresso do MDA no Pronatec, na condição de parceiro demandante. “A oficina visa, basicamente, definir as condições para implementação das metas relativas à qualificação profissional associadas ao Plano Safra Agricultura Familiar 2012/2013. Por isso, reunimos aqui os quadros técnicos do próprio ministério, do Incra, da Rede Estadual de Colegiados Territoriais e de representantes das superintendências de delegacias do Incra e do MDA, entre outros agentes importantes”, frisou.

Para a assessora especial para a Juventude do MDA, Ana Carolina Silva, o acordo entre os dois ministérios se destaca pela atenção especial dedicada aos jovens agricultores familiares. Ela explica que essa oficina “será uma oportunidade dos ofertantes dos cursos e dos beneficiários pensarem juntos nas metodologias de ensino. Será uma pactuação entre os institutos federais e o povo do campo para elevarem a educação nesse setor“

Pronatec

O Pronatec é uma das linhas de ação adotadas pelo Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo), do Ministério da Educação. O objetivo é elevar a educação e qualificar a formação de jovens e adultos por meio da expansão, interiorização e democratização da oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica para a população brasileira. Para tanto, prevê uma série de subprogramas, projetos e ações de assistência técnica e financeira que, juntos, oferecerão oito milhões de vagas a brasileiros de diferentes perfis nos próximos quatro anos.

Depoimentos
Rafael Roberto, representante da CTIS
“Vai abranger muito o nosso programa, vamos conhecer as outras partes para podermos expandir o nosso projeto como um todo. Queremos entender o projeto de um modo geral.”

Manoel Teles, servidor do Setec
“Com divulgação e maior conhecimento, a gente passa a atender o nosso público de modo mais consistente. A partir do momento em que você percebe as necessidades e a ideias que vêm sendo discutidas, isso vai repercutir na tua ação de amanhã. Ficamos conhecendo a realidade do país a partir do que essas pessoas nos trazem de outros estados e promovemos algumas ações para que esses parâmetros sejam adotados”.

Mônica Sacramento Costa, assessora da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ)
“A oficina veio na hora certa. Nossa perspectiva é a criação de fomento com políticas específicas para a juventude rural. Esperamos que agora a gente possa contar e garantir esses programas para que o jovem tenha acesso de fato, porque a gente ainda sente dificuldade. Ainda é pouco para o que deve ser construído.”

Professor Almerico Biondi Lima, superintendente de Educação Profissional da Bahia e coordenador do Fórum Nacional de Gestores Estaduais de Educação Profissional.
“Estamos muito contentes com o convite porque as redes estaduais têm uma grande capilaridade, atingindo as pequenas cidades, já têm experiência de educação no campo, têm fóruns de educação no campo constituídos e, com isso, temos, por assim dizer,  certa sintonia com a demanda. Estamos dispostos a ouvir e a modificar a oferta de acordo com o que o demandante quiser. Acho que essa é que é a grande novidade do Pronatec: não é o ofertante que estabelece os cursos, é quem precisa e quem está na ponta. No caso os movimentos sociais e o próprio MDA. Nós temos trabalhos com escolas de famílias agrícolas que são provedoras de educação profissional e estamos articulando como fazer essa oferta casada com as famílias agrícolas. Não adianta dar um curso igual ao que se dá na cidade, com aulas todos os dias. Nós temos que estabelecer algum tipo de vínculo entre o chamado tempo-escola e tempo-comunidade – isso vai melhorar a produtividade, a renda e as condições de vida da população do campo.”

Serviço


Programação desta sexta-feira, dia 20 de julho
8h30: Atividade em Grupos de Trabalho
10h45: Auditório: Plenária
12h30: Almoço
14h: Auditório: Continuação das atividades na plenária.
18h: Encerramento das atividade.

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