Os estudantes Rosana Souza, 19, Isaque Silva e Brenda Dias, do curso técnico em Açúcar e Álcool, do Centro Territorial de Educação Profissional do Extremo Sul (CETEP), em Teixeira de Freitas, por exemplo, desenvolveram uma tecnologia social para transformar o bagaço de cana de açúcar em energia elétrica através do vapor de água. “A energia gerada é capaz de abastecer a usina e distribuir para a comunidade”, explicou Rosana. “É um projeto que ajuda no nosso aprendizado e gera benefícios para a sociedade de várias formas, evitando danos ao meio ambiente com o aproveitamento dos resíduos e com a geração de energia barata e limpa”, acrescentou Isaque.
Hivton Ferreira, 16, fez espalhar durante a Feira um cheiro de pipoca no ar. Juntamente com colegas do curso técnico em Eletromecânica do CETEP Velho Chico, de Ibotirama, ele desenvolveu uma pipoqueira elétrica que utilizou dentre os materiais um motor de DVD, termostato, resistência, capacitores e resistores. “O milho estoura devido à exposição ao calor. Participar do projeto foi bom porque trabalhamos com eletrônica, mecânica e desenho técnico e tudo contribui para nossa aprendizagem”, afirmou.
O estudante Edvaldo Santos, 18, do curso técnico em Agropecuária, do CETEP do Semiárido do Nordeste II, em Ribeira do Pombal, mostrou como fazer um canteiro ecológico, utilizando bloco de cimento. “Esse projeto contribui para economizar água na nossa região do semiárido porque com a técnica utilizamos uma irrigação de baixo para cima”, assegurou. Outra tecnologia social apresentada para a convivência com o semiárido veio do CETEP do Sertão do São Francisco, em Juazeiro. Os estudantes de Agropecuária, Agroindústria e Meio Ambiente aproveitam plantas típicas da caatinga, como o xique-xique e o mandacaru, como alternativa para alimentação do rebanho nos períodos de estiagem. Também mostraram o beneficiamento de frutos nativos como umbu e maracujá do mato transformados em doces e geleias.
De Guanambi, os estudantes do curso técnico em Segurança do Trabalho, do CEEP em Saúde e Gestão demonstram como fazer a coleta seletivo do lixo garantindo a segurança nas empresas e no ambiente domiciliar. É um simples gesto que pode fazer a diferença na vida das pessoas, evita danos ao meio ambiente e previne acidentes em casa e com trabalhadores da limpeza na manipulação do lixo. Além disso, o material reciclado gera emprego e renda.
Os estudantes do curso técnico em Biocombustível, do CEEP em Controle e Processos Industriais Irmã Dulce, em Simões Filho, estão desenvolvendo um projeto para fazer biodiesel utilizando como matéria prima o amendoim. “Usamos o amendoim para fazer o biodiesel porque dele extraímos 50% de óleo, enquanto a soja só gera 20% de óleo. O amendoim tem outra vantagem porque pode ser produzido durante todo o ano. Esse experimento está em teste e tenho certeza que vai trazer muitos benefícios para mim que pretendo continuar a pesquisa e para a sociedade porque poderá ter outra fonte alternativa de energia”, assegurou Ana Carolina, 18.
Os estudantes de Administração e Guia de Turismo do CEEP em Turismo do Centro Baiano Letice Oliveira Maciel, em Seabra, encontraram uma maneira atrativa de chamar a atenção dos visitantes da Feira sobre as belezas e riquezas naturais da Chapada Diamantina. Aproveitaram materiais como restos de maneira, palhas de coco, casca de árvores e argila para fazer representações de grutas e formações rochosas como as estalactites muito comuns na região. As estudantes de administração, do CETEP Litoral Sul II, de Itabuna, mostraram como é possível agregar valor aos produtos demonstrando a transformação que foi feita em caixas de mdf usando tecidos e tintas.
O superintendente da Educação Profissional, Almerico Lima, avalia que todos os trabalhos apresentados na II Feira de Ciências e Tecnologias Sociais da Educação Profissional da Bahia revelam de forma substancial, a qualidade pedagógica e a efetividade social na Educação Profissional. “Apesar das dificuldades, do pouco tempo de implantação da Rede Estadual de Educação Profissional na Bahia, temos resultados concretos do trabalho, da garra de gestores, professores, estudantes na construção de tecnologias sociais que modificam a vida da população. Isso tudo ressalta também que a Rede Estadual de Educação Profissional está em pé de igualdade com a Rede Federal e o Sistema S em termos de aprendizagem dos cursos técnicos”.
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