Para debater, acompanhar e fazer proposições sobre o aprimoramento da Educação Profissional no Estado da Bahia foi realizada em Salvador, nos dias 04 e 05 de agosto, a III Sessão do Fórum de Educação Profissional. O Fórum, que está consolidado como um espaço de controle social da política pública de Educação Profissional na Bahia, teve como pauta, o debate das Experiências e Metodologias de levantamento de demandas de Educação Profissional das redes públicas e privadas que ofertam Educação Profissional como o Sistema S (SENAC e SENAI), CUT (FENATRAD/ Sindoméstico) e Rede Federal (IFba).
Além da apresentação das experiências e metodologias destas instituições, a discussão visou ouvir, também, e manter o diálogo entre os atores de segmentos sociais e empresariais presentes como a Escola do Nordeste da CUT, a Tribo Jovem (indígena), Escola de Dança da Fundação Cultural da Bahia, Senat, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Coordenação Estadual dos Territórios de Identidade da Bahia, Escola Estadual de Saúde Pública do SUS, Escola de Dança da Fundação Cultural, IFBahiano, FETRAF, Associação de Escolas Família Agrícola (AECOFABA), além de representantes de gestores, professores e estudantes de Centros Territoriais e Estaduais de Educação Profissional, de Diretorias Regionais de Educação, e da Superintendência de Educação Profissional da Secretaria de Educação (SUPROF/SEC).
Para Albertino Nascimento, Diretor Geral do Institucional do Instituto Federal Baiano - Campus Salvador e Presidente da Câmara de Educação Profissional do Conselho Estadual de Educação, a experiência em Educação Profissional da rede Federal já está consolidada, mas a cada dia um novo desafio surge. “Hoje, mais do que nunca, buscamos formar cidadãos qualificados, que possam interferir de maneira sustentável no desenvolvimento do país, para atender ao desenvolvimento tecnológico que cada dia que passa se torna mais exigente no mundo do trabalho”.
Ele avalia o Fórum como o momento oportuno para troca de experiência e consolidação por meio do diálogo com diferentes atores. “A EP não pode se fechar em si mesmo, este Fórum mostra que estamos em uma mesma consonância e em diálogo com diferentes segmentos empresariais que ofertam Educação Profissional no Estado e no país, desta forma só temos a crescer”.
Ao falar sobre as ações do Sindoméstico, Creuza Oliveira, relatou as experiências do sindicato por meio do Projeto Trabalho Doméstico Cidadão (TDC). Segundo ela, graças oferta de qualificação profissional por meio do arco ocupacional em Cozinha Básica, Técnica em Arrumação, Cuidador do Idoso, entre outros, a vida de muitas trabalhadoras baianas e do Brasil mudaram para melhor. “Muitas colegas nos procuravam reclamando sobre a exploração no ambiente de trabalho. Após realizarem o curso, passam a ter mais autoestima e a reconhecer seu próprio valor e seus direitos como profissionais, a educação leva a isso”, afirmou.
Com este mesmo discurso, o Senac apresentou suas experiências. Segundo Ana Paula Santos, os cursos de Aprendizagem do Programa Jovem Aprendiz, proporcionam a inserção no mercado de trabalho a jovens maiores de quatorze e menores de vinte e quatro anos, contratados pelas empresas e encaminhados ao Senac de acordo com a legislação específica. “ Além do programa Jovem Aprendiz, na Bahia, a qualificação profissional no eixo tecnológico Hospitalidade e Lazer é a peça chave do nosso trabalho. Os conhecimentos teóricos e práticos desenvolvidos nos cursos que ofertamos, também promovemos atividades que visam o desenvolvimento social e cultural dos educandos”.
A mesa de abertura do segundo dia do evento discutiu as Metodologias de Diagnóstico de Demanda e Oferta de Educação Profissional. Marcio Guerra Amorim, do Observatório Ocupacional/Unidade Prospectiva do Trabalho do Senai, ressaltou a importância de utilizar metodologias para averiguar as necessidades de demandas nos Territórios de Identidade. Ele usou como exemplo, uma das metodologias do Senai, o Mapa do Trabalho Industrial. Segundo ele, o planejamento em curto prazo com base na análise do mundo do trabalho é fundamental. “Para averiguar as necessidades, utilizamos instrumentos para capturar informações diretamente das indústrias e sindicatos, que nos ajudam a conceber a estratégia de atuação do Senai no país. A Educação Profissional faz isso bem, mais é preciso intensificar o processo e identificar as diferentes demandas locais e ajustá-las as características de cada região, tratando a heterogeneidade, independente de cada instituição que faça”, explicou.
Tendo sua primeira edição realizada em dezembro de 2010, o Fórum de Educação Profissional da Bahia, rearticulado pela SUPROF, é permanente, para além dos governos, e contribui para a participação estratégica da Educação Profissional na construção de um novo modelo de desenvolvimento da Bahia, baseado na inclusão pelo trabalho e crescimento da renda, sustentabilidade, equidade social e territorial, participação e controle social, governança solidária e ampliação dos espaços democráticos.
A Educação Profissional pública estadual na Bahia está direcionada para as demandas socioeconômicas e ambientais dos Territórios de Identidade e cadeias produtivas locais, graças ao Plano de Educação Profissional da Bahia, pioneira no Brasil. Os resultados alcançados se tornam reais por meio de um amplo diálogo com diferentes atores sociais, pontuados no Plano Plurianual (PPA Participativo 2008-2011), possibilitando aos/as jovens e trabalhadores/as permanecerem em seus lugares de origem.
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