Foto: Portal da Educação |
O seminário, que foi encerrado ontem (dia 02), no Centro de Convenções, em Salvador, é uma das ações articuladas pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia para o fomento, a estruturação e o fortalecimento da efetivação da Lei N° 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar.
Durante este ano letivo, por meio do projeto interdisciplinar, os estudantes dos cursos técnicos em Análises Clínicas, Enfermagem, Nutrição e Dietética, Gerência em Saúde e Segurança do Trabalho estão trabalhando questões étnicas contextualizando a realidade da formação do povo brasileiro. “Buscamos promover uma análise crítica da temática com o objetivo de fortalecer o reconhecimento, a aceitação e o respeito à diversidade étnica, como também contribuir para a conscientização dos sujeitos envolvidos e autoafirmação da sua identidade”, explicou a professora Patrícia Ferreira Gomes, coordenadora do projeto.
A professora ainda diz que o projeto é um grande desafio, por procurar desenvolver práticas interdisciplinares. “Este trabalho exige bastante por conseguir por meio de uma temática contemplar todas as disciplinas,além de habilita nossos estudantes a relacionar informações e articular diferentes saberes para a tomada de posições, decisões em um mundo de mudanças tão constantes e rápidas como o nosso”, completou.
Cada disciplina tem uma abordagem diferente a cerca tema. História, por exemplo, trabalha a elevação da autoestima dos estudantes a partir da exibição de filmes e de estudo dirigido sobre a valorização da identidade negra. Na disciplina de geografia, por meio do estudo sobre as nações africanas, os estudantes estão elaborando uma história em quadrinho, com o objetivo de divulgar aspectos geográficos e sociais para desconstruir imagens equivocadas sobre as nações. As disciplinas das Ciências Naturais estão possibilitando a pesquisa sobre ervas trazidas da África pelos negros e que são até hoje, cultivadas no Brasil.
Pela disciplina de Artes, eles estão explorando os diferentes ritmos e danças, como a capoeira, jongo, samba e cabloquinho. Também estão aprendendo um pouco mais sobre a origem dos seguintes instrumentos: berimbau, tambor, pandeiro, afoxé, agogô e caxixi. Na oportunidade estão aprendendo a confeccionar instrumentos musicais a partir de matérias recicláveis.
Por meio dos conhecimentos adquiridos na disciplina de matemática, eles estão realizando uma análise estatística comparativa sobre o negro no Brasil. Para a disciplina de Língua Portuguesa e literatura, os estudantes irão realizar uma releitura da Lenda africana de Kiriku com apresentação teatral, além de criar um dicionário on line de termos afro-brasileiro e disponibilizar os resultados na web.
Para realização do projeto, os estudantes estão sendo utilizadas as seguintes metodologias: pesquisas etnográficas; palestras e mesas redondas; exibição de filmes; debates e produção textual. “Estas etapas propõem produzir ou reelaborar e criar novas formas de compreender o processo sócio histórico e cultural, assegurando o caminho oportuno para alcançar os objetivos propostos. O resultado dessas atividades é a elaboração de apresentações criativas e, sobretudo marcantes, sobre os temas estudados”, disse a professora.
Para a estudante Letícia Oliveira, 17, do curso técnico em Nutrição e Dietética, o projeto concedeu de aprofundar seus conhecimentos sobre a cultura africana. “Um Projeto cheio de cultura e vivacidade que nos mostrou a importância do negro nessa sociedade extremamente desigual e preconceituosa. Portanto, é sempre importante que as escolas nesses projetos que nos mostram que não há diferenças”, afirmou.
O estudante Mateus Oliveira Alves, do curso técnico em Enfermagem, também reforça a ideia que atividade proporcionou aprofundar seus conhecimentos sobre a História da chegada dos negros aqui no Brasil. “Os negros foram fundamentais na luta para alcançarmos nossos direitos. Estou muito entusiasmado com este trabalho, pois graças a dança, ao teatro e a encenação, enriqueci meu conhecimento sobre minha cultura”, explicou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário