segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Estudantes apresentam tecnologias sociais e inovações tecnológicas no CETEP da RMS

Biodiesel a base de óleos de algas, reagente químico feito com restos de creme dental, papel ph feito com frutas e verduras. Estes foram alguns dos resultados de pesquisas científicas desenvolvidas pelos estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional da Região Metropolitana (CETEP RMS), em Camaçari, que foram apreciados na sexta-feira (dia 14), durante a V Feira de Ciências e Tecnologia do CETEP que apresentou como tema central “Inovação Tecnológica”. 

A Feira reuniu mais de 600 estudantes dos cursos técnicos de nível médio em Controle Ambiental, Eletroeletrônica, Eletromecânica, Eletrotécnica, Mecatrônica, Petroquímica, Química e Segurança do Trabalho, que durante o ano, com auxílio de professores orientadores, transformaram ideias em projetos e projetos em tecnologias sociais, de baixo custo e que beneficiam a comunidade. Utilizando muita criatividade, e com os recursos disponíveis nos laboratórios do Centro, fizeram ciência, produziram conhecimento, propuseram inovações tecnológicas, demonstrando a qualidade do ensino na escola pública e como para a Educação Profissional o trabalho é um princípio educativo e a intervenção social, um princípio pedagógico.

Um dos exemplos é o “Cultivo de algas para produção de biodiesel”, projeto que foi orientado pelo professor Florisvaldo Silva. Este trabalho científico apresenta uma alternativa sustentável em substituição ao petróleo. Os estudantes dos cursos de química recolheram amostras do banco de algas do Instituto de Biologia da UFba. Utilizando garrafa pet, eles conseguiram reproduzir algas em laboratório. Para tanto, utilizaram garrafas pet para armazenamento, aplicaram vitaminas com fósforo e nitrogênio e submeteram às algas à exposição constante da luz e à temperaturas amenas. “O resultado disso foi o cultivo barato, de viabilidade econômica. Com essa técnica é possível produzir quantidade suficiente para retirar o óleo das algas e produzir biocombustível”, comentou o professor orientador.

No projeto “Ajudando a montar e equipar o laboratório”, os estudantes de Petroquímica, juntaram resíduos sólidos e fizeram o reaproveitamento para diferentes usos. Um dos exemplos são restos de creme dental para produzir carbonato de cálcio, um reagente químico que pode ser utilizado de muitas maneiras como aumentar o ph do solo, deixando menos ácido e menos infértil. Das cinzas do churrasco, os estudantes obtiveram carbonato de potássio e de sódio para também servir como reagente no laboratório. Os estudantes também produziram papel ph, a partir de restos de frutas e legumes, que serve para identificar a acidez de determinadas substâncias. Outra experiência que foi desenvolvida pelos estudantes de Petroquímica e que foi apresentada na Feira é a produção de álcool a partir de diversos tipos de frutas cítricas, como a laranja e a uva.

Vinícius Souza, 17, estude de Controle Ambiental, ficou entusiasmado com o evento. Ele conta que a turma dele foi divida em cinco e apresentou os temas: Gerenciamento de resíduos, lixo eletrônico, educação ambiental, sustentabilidade na indústria e energia renováveis. Ele ficou no grupo que mostrou, por meio de uma maquete, como tornar uma indústria sustentável. Apresentaram como alternativas a implantação de placas solares para a captação de energia, o reuso da água e a coleta seletiva.

Vinícius avalia que os estudantes acabam assumindo a responsabilidade enquanto educadores ambientais. “Hoje em dia se fala muito em sustentabilidade, em aquecimento global, mas tudo vem da educação que recebemos. A gente se educa para manter o ambiente limpo, para não poluir. A partir do momento em que a gente estuda e passa isso para as pessoas, estaremos todos sendo multiplicadores dessa educação ambiental. O curso influencia muito para termos outras atitudes. Tudo é mostrado tecnicamente e nossa visão já muda e consequentemente nossos hábitos. Passamos a agir com consciência, corretamente”, afirma.

Nacy Bulcão, diretora do CETEP, disse que os projetos apresentados na Feira são idealizados pelos estudantes. “Isso valoriza os estudantes. É bom para a autoestima deles que ficam muito envolvidos e gratificados. Todos se interessam muito e vêem o exemplo de outros colegas que devido à repercussão e o nível dos projetos elaborados acabam sendo convidados para participar de outros eventos e ou são facilmente inseridos no mercado de trabalho. Temos exemplos disso”, garante.

Um comentário:

  1. oi. gostaria de saber se posso me inscreve em meis de uma opçao.

    grata

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