O Centro Estadual de Educação Profissional do Campo Paulo Freire, em Santaluz, no Território do Sisal, foi aberto ao público ontem (dia 27), para a I Feira do Conhecimento. Estudantes dos cursos técnicos em Agropecuária, Agroextrativismo, Cooperativismo e Nutrição e Dietética do CEEP e do anexo de Queimadas, apresentaram as ações pedagógicas desenvolvidas durante ano neste que é um dos dois centros temáticos do Campo da Rede Estadual de Educação Profissional.
Os CEEPs do Campo, localizados em Santaluz e Arataca, são direcionados à formação de jovens e trabalhadores para que atendam e se beneficiem do desenvolvimento socioeconômico e ambiental da Bahia, estado que tem a maior população rural do Brasil e também o maior número de pessoas vivendo da agricultura familiar.
A Feira do Conhecimento objetiva contribuir com a formação integral do estudante, de forma que se aproprie ainda mais dos conhecimentos e técnicas necessárias ao exercício profissional e da cidadania, conforme prevê a matriz curricular da Educação Profissional da Bahia que tem o trabalho como princípio educativo e a intervenção social como princípio pedagógico.
Em estandes montados no CEEP do Campo Paulo Freire, os estudantes do curso técnico em Agropecuária, por meio de maquetes, explicaram os benefícios de energias renováveis, a exemplo da eólica que é gerada pela força do vento. Eles também apresentaram um biodigestor que, a partir do processamento de resíduos sólidos a exemplo de resto de alimentos e esterco, gera gás metano. “Essa experiência é muito boa, uma maneira ecologicamente correta de aproveitar esses resíduos e que muitas pessoas não sabem. Esses resíduos passam pela fermentação no biodigestor e daí sai o gás metano. O aproveitamento vai além disso, porque depois que se aproveita o gás, os restos dos alimentos e do esterco são transformados em adubo. Pudemos mostrar como ocorre esse processo”, afirmou a estudante Daiane Oliveira, 28, do técnico em Agropecuária que mora no distrito de Valente e estudante em Santaluz. Ela ficou entusiasmada com a iniciativa. “Quando a gente passa por esse tipo de experiência fico satisfeita. Me sinto privilegiada em fazer um curso como esse, de poder passar para pessoas do meu ciclo de convivência, tios, primos, parentes que moram e trabalham na zona rural, conhecimentos adquiridos aqui”, comemora.
Os moradores de Santaluz, Valente, Queimadas e outras cidades do Território do Sisal também poderam aprender um pouco mais durante a Feira do Conhecimento sobre como aproveitar melhor os nutrientes de frutas e verduras. Os estudantes do curso técnico em Nutrição e Dietética mostraram a importância do consumo de frutas nas refeições. Também apresentaram receitas de produtos como pães, bolos, biscoitos e sucos que têm como base alimentos característicos da região, a exemplo do milho.
Também houve degustação dos produtos que foram preparados pelos próprios estudantes. A professora Judite Araújo avalia que a participação em eventos como estes, contribui consideravelmente para o amadurecimento profissional dos futuros técnicos. “A gente percebe por parte deles um elevado interesse em construir o que está sendo proposto e constata que o processo de aprendizagem é fortalecido com iniciativas como estas. Eles, inclusive, passam a absorver práticas assim no dia-a-dia deles”, afirma.
A arte de fazer bolsas, chapéus, cestos e outras peças artesanais tendo como matéria prima o sisal, também foi apreciada. Os estudantes do curso técnico em Agroextrativismo falaram sobre esta tradição do território, inclusive, mostrando as potencialidades do mundo do trabalho existentes na área. Já os estudantes de Cooperativismo, falaram sobre a história do cooperativismo no Brasil, na Bahia e no Território do Sisal, focando especialmente o cooperativismo na agricultura familiar. “Eles retrataram a cultura do sisal”, afirmou o professor Ermano Moura Barreto, vice-diretor pedagógico.
Para a diretora do CEEP, Maria Helena Teixeira, a I Feira do Conhecimento, foi uma oportunidade para que a população conhecesse um pouco mais sobre as possibilidades de formação dos jovens e trabalhadores existente no Território. “Acredito que o Estado está criando uma nova perspectiva de vida, de qualidade de vida com estes cursos, no momento em que desperta essa juventude que estes cursos existem e que eles podem aproveitar essas alternativas para melhor o nosso ambiente e a própria vida deles. Assim eles terão mais alternativas no mundo do trabalho. Acredito que esse é o maior esforço, o maior prêmio para nossa região, que é o de criar essa cultura de oportunidades para nossos jovens do semiárido”.
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