Dentro das atividades previstas na programação do II Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, estão os debates temáticos que abordam questões como: “Contexto Mundial de Políticas Públicas para EPT”, Ações Afirmativas de EPT” e “Perspectivas Curriculares na EPT”. Na última terça-feira, na sala Arvoredo 4, o superintendente da Educação Profissional da Bahia, professor Almerico Lima, mediou o debate com o tema “Educação Integral na EPT”. O convite surgiu porque a Bahia tem atualmente, a maior oferta de cursos de educação integrada ao ensino médio do Brasil. O evento contou com a participação de debatedores de outros países possibilitando trocas de experiências a nível internacional.
A norte-americana Adelina Silva, Vice Chancellor for Student Sucess, Fernando Vargas, representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a professora Maria Margarida Machado, foram os debatedores convidados.
O professor Almerico Lima apresentou algumas metodologias com ênfase no conceito da Educação Profissional da Bahia que prevê o trabalho como princípio educativo e a intervenção social como princípio pedagógico. Levantou as seguintes questões: Como formar para o mundo do trabalho e da vida no contexto atual? Como contribuir para o conhecimento crítico na perspectiva da transformação da realidade? Como superar o modelo de competências e como a Educação Profissional contribui para o desenvolvimento socioambiental do país. O professor fez ainda referências, por meio das bases conceituas de Gramsci e Paulo Freire, e trabalhou os conceitos da Educação Profissional desses autores
Pela segunda vez no Brasil, Adelina salientou a cordialidade do povo brasileiro e como se impressiona com o debate enriquecedor sobre educação que ocorre no Brasil. Afirmou que os desafios da educação integral são comuns a todos. “Nosso modelo não é perfeito, não sabemos tudo. Temos indivíduos que não frequentam a escola, temos problemas no âmbito da saúde, na economia. Temos os mesmos desafios, mas reconhecemos isso e buscamos modificar esta realidade”, disse. A sua apresentação foi centrada na assistência estudantil. É dado um suporte aos estudantes por meio de orientações psicológicas, sociais. Há também suporte financeiro e orientações para o mundo do trabalho.
Já Fernando Vargas, fez um panorama das possibilidades de Educação Profissional na América Latina. Vargas defendeu que o conhecimento integral possibilita ao estudante a interpretação do mundo, de cidadania, de onde está inserido e propôs ações como: prever as necessidades futuras de formação, maior participação dos atores sociais e dar aos jovens informações sobre as possibilidades do mundo do trabalho.
Por fim, Maria Margarida, discutiu as matrizes da Educação Integral também com referências a Gramsci e Paulo Freire. Discutiu os componentes de um currículo integrado e apontou a diferenciação de educação integral, currículo integrado e educação em tempo integral. Defendeu que é possível fazer educação integral de qualidade nas escolas públicas, mesmo com os desafios e as dificuldades. Também alertou sobre riscos no Pronatec quanto à hegemonia do setor privado. Em seguida, deu destaque à Educação de Jovens e Adultos. “A população que envelhece, envelhece sem escolarização. É preciso conquistar a população que já passou pela escola e não acredita mais nela. É importante na escola, pensar o sujeito na sua totalidade”, disse. Encerrou sua apresentação afirmando que é interessante “aprender com experiências de outros países, é importante a troca de conhecimentos”. As apresentações mobilizaram o público que interagiu com perguntas centradas na qualidade e nos objetivos da educação.
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